terça-feira, 6 de outubro de 2020

20 em 1, vulgo "o Action 52 brasileiro"

 20 em 1 para o Master System

Olá a todos vocês, leitores do site MichaelNA2005 Reviews!

Sejam bem-vindos a mais uma review! Dessa vez, vai ser de um dos PIORES jogos de Master System. Esse jogo é tão ruim que, para começar, foi distribuído em cartucho, mas não separadamente, e sim com o Master System III Compact (além do Sonic para o console, que vinha na memória), que custava 1.699.000 cruzeiros, que davam 620 reais. E isso era caro, ainda mais levando em conta o salário mínimo miserê da época, que era 10x menor. E se o console fosse lançado atualmente (com inflação), custaria 2.800 reais, ou seja, guardando mais um pouco de dinheiro, dá pra comprar um Nintendo Switch nas Lojas Americanas com todo esse dinheiro!

O preço do Nintendo Switch nas Americanas.
Ou até mesmo um Switch Lite, e sobraria dinheiro para jogos na Nintendo eShop (ou em mídia física, caso você seja louco em lamber um cartucho do console) e o Nintendo Switch Online, que valem AINDA MAIS a pena!
E aliás, além de ser caro, o jogo 20 em 1 para o Master System, como o nome diz, é uma coletânea, mas o pior é que os jogos estão numerados, em vez de ter nomes e talz, mas enfim...
Fiz as contas dividindo o preço do Master System III Compact convertido para real pelos 21 jogos, e contando o tempero dos impostos, seriam 30 reais por jogo (metade do salário mínimo na época), que seriam 140 reais hoje em dia (dá pra comprar Exit the Dungeon e Kirby Fighters 2 na eShop :D (dados do dia anterior da review)).
Vamos aprofundarmos ainda mais nos games que a (sarcasticamente) maravilhosa coletânea nos traz...

Jogos

1)
primeiro jogo do 20 em 1

O primeiro jogo da coletânea é basicamente uma mistura de um Koopa Troopa com um anão com um balde, pegando o equivalente à maleta de construção do Pereirão. É um jogo tão fácil, que assim como os outros jogos, com mais de 20 ou 30 pontos, você consegue ganhar o tal game.

2)
segundo jogo do 20 em 1

O segundo jogo é basicamente um bicho estranho com rodas e um sorriso do mal na Lua (com Saturno e seus anéis, e as estrelas, daí o fundo que só repete e não mostra mais nadica de nada do que isso). O objetivo do jogo é simples: coletar queijo e hambúrguer. Porém, há também ícones de "proibido" que tiram os seus pontos (mas quando vc não tem nada, isso te dá 2 pontos).

3)
terceiro jogo do 20 em 1

Que jogo é esse? Isso não parece Tony Hawk!
Aliás, não dá nem mesmo para fazer manobras. Só ficar andando de skate até não dar mais, desviando (ou não) de buracos. O pior é que dá pra passar esse jogo de olhos vendados. E pior que já fiz isso, mas quer saber? Próximo jogo!

4)
quarto jogo do 20 em 1

Esse game é daqueles típicos games no qual você não sabe que bulhufas tá acontecendo, mas cá estou para explicar:
Basta você chegar até o final da fase (no caso, até o jogo decidir que a fase acabou, pois não há qualquer linha de chegada ou algo do tipo).
Não há nenhum inimigo na sua frente, o seu personagem tem uma cara muito estranha (parecendo um emo), e os controles são um saco, pois não dá para ir pra frente durante o pulo (a não ser com macumba braba).
Ah, e quando você seleciona o jogo, o game faz um barulho irritante. O mesmo acontece com o 7º jogo.

5)
quinto jogo do 20 em 1


O quinto jogo é parecido com o primeiro, mas além da única diferença ser um rato pegando queijo, é infelizmente, o jogo mais bonito (visualmente) da coletânea. Inclusive, ao contrário do primeiro game, esse aqui permite apertar o botão 1 para pular.

6)
sexto jogo do 20 em 1

O sexto jogo é idem o primeiro, só que além de você ser um astronauta (ou algo similar) que coleta moedas, a outra única diferença é que você perde pontos se encostar num peixe-espada que aparece nessas portas.

7)
sétimo jogo do 20 em 1

O sétimo jogo é basicamente uma mistura de time trial com racha de motocicletas (só que sem as demais bicicletas. Só você mesmo), e apesar de ter a linha de largada, não tem a de chegada, ou seja, o jogo acaba quando quer, mas dá pra zerar fácil também, até mesmo de olhos semi-vendados.
E não tem a linha inexistente de chegada? Bem, eu, com a ajuda do Tile Molester (visualizador e editor de tiles, que uso com certa frequência em tradução e romhacking), consegui achar um pedaço de sprite não utilizado, já que a linha de chegada seria a de largada, só que substituída pelo sprite marcado pela área traçada por mim (apesar das cores zuadas, graças à paleta de cores do utilitário):

sprite não utilizado do 20 em 1

Daí o termo placeholder, que é um espaço usado em forma de sprite ou texto para colocar qualquer coisa lá, igual uma paleta de cores. Não tem as caixas de texto? Elas são um simples exemplo de placeholder.

8)
oitavo jogo do 20 em 1

No oitavo jogo, você é o Agostinho Carrara (algo que eu disse só porque é um carro parecido com táxi) desviando de carros de bêbados, e esse jogo parece não ter fim, como se a Tectoy achasse bom as crianças jogarem isso até não dar mais, mas ninguém aceitaria isso, então...

9)
nono jogo do 20 em 1

Esse game é um CTRL-C e CTRL-V do terceiro, porém, o personagem é um índio, que passeia de canoa na Amazônia (ou quase). Pelo menos, o personagem vai automaticamente, mas mesmo acumulando pontos, você não ganha esse jogo nem de olhos abertos (ou ganha, com o personagem colado no último pixel da tela).

10)
décimo jogo do 20 em 1

O décimo jogo é um combate entre duas pessoas, e você é a pessoa de azul, que tem que atirar nela, ao lado de bandeiras do Império do Brasil...
Que jogo estranho. Aliás, se o jogo tivesse um nome, ele seria "Grêmio versus Inter - Bird-eyed Contra Edition".

11)
décimo primeiro jogo do 20 em 1

Não tem o Frogger de Atari 2600? Esse 11º jogo tem bastante a ver com o tal game do Atari, mas é também a prova viva de que a mesma coisa num console novo não significa ser melhor. Então, não, obrigado!

12)
décimo segundo jogo do 20 em 1

E como toda boa e velha coletânea de péssimos jogos, nunca pode faltar um jogo de navinha. Inclusive, qualquer coisa causa dano, mas você não morre facilmente (ainda mais pela infame invencibilidade de 1 segundo que um hit te dá).

13)
décimo terceiro jogo do 20 em 1

O 13º jogo (que cai em dezembro) é basicamente uma mistura de Agostinho Carrara com Dick Vigarista tentando atirar nos demais aviões, porém eles só vem por trás de você, o que torna o jogo injogável. E aliás, só voar não faz você ganhar pontos, o que torna esse jogo INÚTIL!

14)
décimo quarto jogo do 20 em 1

Idem o terceiro, porém aqui, você está de patins. Não há muita m**** a falar sobre. Aliás, esse jogo também é zerável de olhos vendados.

15)
décimo quinto jogo do 20 em 1

Esse é o Pong, mas ao ponto de você só poder acertar a parte interna do fogão (ou seja, o forno). Só assim para acumular pontos. Aliás, não podiam usar um sprite menos genérico que esse de placeholder jogável? O Guga Kuerten não estava disponível? Talvez, nem a irmã dele.

16)
décimo sexto jogo do 20 em 1

Puro CTRL-C e CTRL-V do primeiro game, porém você é uma inseticida, que todo mundo sabe pra que isso serve. Nadica de nada demais.

17)
décimo sétimo jogo do 20 em 1

Nesse jogo, você é um carinha de chapéu vermelho que deve matar qualquer outros caras na tela. O pior é que o jogo usa o d-pad para cima para pular, e isso me deixa... meio p***. Fora isso, é só um sidescroller que nem eu consegui ganhar.

18)
décimo oitavo jogo do 20 em 1

Pura cópia do 7º game, porém, além da temática da neve, pelo menos a linha de chegada tá aqui, então o sprite mostrado no 7º game era pra teoricamente aparecer no próprio 7º e no 18º game juntos, porém é alguma teoria que tô compondo, então nem a Tectoy pronunciará sobre isso.

19)
décimo nono jogo do 20 em 1

Um p*** xerox do oitavo jogo, aonde você está numa viatura da polícia. Nada demais.

20)
vigésimo (e último) jogo do 20 em 1

Pura cópia do 15º jogo, só que nesse, você não pode deixar a bola sair da tela de jeito nenhum.
Enfim, essa lista acabou, e eu morri de sono só de fazê-la! :D

Som

Se já não bastam os jogos ruins e os gráficos feios, ainda temos que ouvir as únicas músicas: a de tela de título e a que se repete todo jogo! E a única música que se salva é a de tela de título mesmo.
Inclusive, joguei e fiz as screenshots sem ouvir as músicas do game.

Nota final

2/10

Esse é o pior jogo de Master System! Eu não acredito que uma empresa a essa altura fez esse festival de m****! Você podia pegar 620 reais e jogar na ponte Rio/Niterói, no Paraguai, no Líbano, na PQP!
Deveria ser ilegal vender jogos desses! Aliás, como toda essa atrocidade foi autorizada pelo radar da Sega japonesa? Eu não sei. Só sei que se você viu que a review foi feita às pressas (igual o game), pelo menos a review tem razão para ser feita em pouco tempo:
Vou passar o resto de outubro traduzindo o protótipo do Resident Evil para o Game Boy Color. Então, se eu demorar, desculpe, mas a tradução está em obras, e as demais reviews não fazem por muito menos! :D
Bye bye, povo, e até a próxima review!

©®2020 Gabriel Sousa, aka MichaelNA2005™
All rights reserved.

Um comentário:

Raven disse...

Sabe o que esse jogo parece?
Parece aquela coletânea de jogos que vem em DVDs que vendem controle no pacote.
Eram umas coisa meio trash assim, sendo que de NES